Interforensics 2023

Dados do Trabalho


Título

DETERMINAÇAO E IDENTIFICAÇAO FORENSE DE ESPECIMES SILVESTRES

Introdução

Crimes contra animais, na maioria das vezes, são ignorados por falta de notificação. Mesmo assim, a justiça possui ação penal para maus tratos, bem como outros delitos envolvendo animais. Em situações de crueldade a animais, o médico veterinário é o profissional mais competente para realizar as perícias (TREMORI; ROCHA, 2013).

Objetivos

Identificar a espécie animal e determinar se a mesma é silvestre, comparando-se às características anatômicas de animais domésticos. Esta técnica é a base da análise técnico científica em perícias criminais de carcaças suspeitas de caça, onde não é possível a identificação pela morfologia externa do animal.

Parte experimental

As amostras foram encaminhadas pela Polícia Civil de Jataí ao Laboratório de Anatomia Veterinária (LANVET) da Universidade Federal de Jataí. A primeira amostra correspondia a um membro torácico direito que continha a escápula, o úmero, o rádio e a ulna, cobertos por musculatura. A segunda amostra encaminhada possuía um cadáver de animal íntegro (Figura 01- B).

Resultados e Discussões

Na primeira amostra, com o membro torácico sem o tecido tegumentar, a identificação foi feita por comparação anatômica com algumas das espécies de mamíferos domésticos e silvestres que compõem o acervo do laboratório de anatomia. Assim sendo, na comparação das características anatômicas entre as famílias Tayassuidae e Suidae, os membros torácicos da primeira possuem os ossos do rádio e ulna fundidos (Figura 01- A), enquanto na outra família estes ossos não são fusionados (MARGARIDO, 2001). A identificação do membro torácico permitiu concluir que não se tratava de suíno doméstico, com características anatômicas dos Tayassuidae, que abrange o Cateto e o Queixada. O T. pecari (Queixada) encontra-se classificado como vulnerável (IUCN, 2013). No cadáver, a identificação correspondia a um animal silvestre Pecari tajacu (Cateto), considerado “menos preocupante” na lista vermelha da IUCN (2011) e na lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção. É importante destacar os impactos negativos desta atividade, com prejuízo ao meio ambiente, tendo como causador principal a população humana (RAMOS; PEZZUTTI; CARMO, 2014).

Conclusões

Os casos apresentados mostram uma realidade brasileira sobre a ameaça à fauna silvestre pela forma indiscriminada da caça ilegal. Assim sendo, as amostras biológicas animais apreendida servem de ação à justiça para realização de medidas corretivas para os infratores.

Arquivos

Área

Áreas forenses

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JATAÍ - Goiás - Brasil

Autores

CASSIO APARECIDO PEREIRA FONTANA, CARLA HELRIGLE, GUADALUPE SAMPAIO FERREIRA, HENRIQUE TREVIZOLI FERRAZ, PAULO FERNANDO ZAIDEN REZENDE, VALCINIR ALOÍSIO SCALLA VULCANI