Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇAO DO SUCESSO DE OBTENÇAO DO PERFIL DO AGRESSOR EM CASOS DE AGRESSAO SEXUAL COM AUSENCIA DE SEMEN NO LBDF/GO

Introdução

Em casos de crimes sexuais, grande parte das amostras apresentam ausência de sêmen e excesso de DNA da vítima. Nesses casos, no LBDF/GO, por ser improvável a obtenção do perfil autossômico do agressor, essas amostras são submetidas apenas a genotipagem de Y-STR.

Objetivos

Analisar o sucesso na obtenção do perfil Y-STR do agressor, em amostras de agressão sexual com ausência de sêmen no LBDF/GO.

Parte experimental

O total de 943 amostras de casos de agressão sexual com ausência de sêmen (teste imunocromatográfico de PSA negativo e ausência de espermatozoides por microscopia) foram analisadas e categorizadas em relação à sua adequação para avaliação probatória após extração (PrepFiler Express™, AB®), quantificação (Quantiplex Pro®, QIAGEN®) e amplificação (Y23, Promega®).

Resultados e Discussões

Mesmo com o avanço da tecnologia, como o aumento da sensibilidade e eficiência dos kits, 75% das amostras (n=705) apresentaram DNA masculino ausente ou em quantidade insuficiente para obtenção de perfil genético (cat.1). No entanto, 25% dos resultados apresentaram potencial para auxiliar as investigações e foram divididos em três categorias. Cat.2: 4% das amostras (n=36) apresentaram perfil Y-STR capazes de excluir um indivíduo como possível fonte. Cat.3: 2% das amostras (n=21) geraram perfis Y-STR com potencial para avaliação qualitativa, sendo em sua maioria perfis parciais com baixo RFU e com ao menos 10 marcadores. Cat.4: expressivamente 181 amostras (19%) apresentaram perfis Y-STR adequados para avaliação estatística.

Conclusões

Embora na maioria dos casos os resultados obtidos não sejam satisfatórios, o uso do perfil Y-STR em amostras com ausência de sêmen provou ser eficiente. De fato, perfis Y-STR são menos discriminatórios do que os perfis autossômicos, porém, em 25% dos casos analisados, a obtenção do perfil haplotípico pode gerar informações para a investigação. Dados valiosos particularmente em casos de abuso sexual de adolescentes e crianças, em que a violência praticada nem sempre envolve a penetração peniana e ejaculação.

Referências e agradecimentos

GROSSIN, C., et al. Analysis of 418 cases of sexual assault. Forensic Science International, 131(2–3), 125–130, 2003.
SWEEN, KL., et al. Detection of male DNA in the vaginal cavity after digital penetration using Y-chromosome short tandem repeats, J. Forensic. Nurs. 11(1), 33-40, 2015.
McDonald, A., et al. Y-STR analysis of digital and/or penile penetration cases with no detected spermatozoa, Forensic Sci. Int. Genet. 15, 84-89, 2015.

Palavras Chave

Y-STR, estupro, Y23.

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Área

Genética Forense