Dados do Trabalho
Título
DETECÇAO DE SANGUE HUMANO COM CAES EM APOIO A EXAMES PERICIAIS: RELATO DE CASO
Introdução
Polícias Científicas de diversos países vêm utilizando cães de detecção de sangue humano em exames periciais de locais de crime como ferramenta auxiliar. A Polícia Científica de São Paulo possui uma linha de pesquisa onde foi treinado um cão de detecção de sangue humano para apoio a perícia desde 2020.
Objetivos
Demonstrar que cães adestrados são potenciais ferramentas nos exames periciais de locais para detecção de vestígios, especificamente de manchas de sangue latentes e/ou adulteradas.
Parte experimental
Relato de caso: Um cadáver com sinais de violência foi encontrado em uma rodovia, e a investigação inicial apontou uma residência como possível local de homicídio. O imóvel apresentava indícios de limpeza recente. Um dos suspeitos residia em casa próximo ao imóvel suspeito. Inicialmente, o cão foi utilizado para fazer a varredura nos dois imóveis. Ao apresentar sinalização positiva pelo animal em algum ponto, foi aplicado o reagente de quimiluminescência (Luminol®) na região da marcação e proximidades. Manchas que apresentaram fluorescência foram coletas e submetidas ao imunocromatoteste para sangue humano (Feca cult®). As amostras positivas para o Luminol® foram encaminhadas para a análise de perfil genético no NBB juntamente com a amostra de referência coletada da vítima.
Resultados e Discussões
No primeiro imóvel o cão positivou em 7 pontos, e no segundo o cão positivou 2 pontos. Todos os pontos apresentaram reação ao Luminol®. Quatro pontos da primeira residência e um na segunda foram positivos para sangue humano no Feca-cult®. No total 9 amostras questionadas e uma de referência foram submetidas à análise de perfil genético. Das amostras questionadas, de 2 foram obtidos os perfis genéticos. Uma amostra coleta no primeiro imóvel apresentou perfil genético compatível com a vítima e outra amostra coletada no segundo imóvel resultou em perfil masculino distinto da vítima. As demais amostras apresentaram exiguidade de DNA. Esse caso demonstra que a eficácia de detecção do cão foi semelhante à do Luminol®, mas com grande vantagem no tempo e reagentes gastos: toda a varredura na primeira residência foi realizada em 16 minutos, na segunda em 3 minutos e gasto meio kit de Luminol®. Estima-se que para a varredura sem o cão utilizaríamos de 5 a 10 vezes mais tempo e de 3 a 4 vezes mais reagentes.
Conclusões
A utilização de cães de detecção de sangue humano em perícias economiza tempo e reagentes e não há indícios de interferência negativa em análises de perfil genético.
Arquivos
Área
Perícias Externas
Instituições
SUPERINTENDÊNCIA DA POLÍCIA TÉCNICO CIENTÍFICA DO ESTADO DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil
Autores
JOÃO HENRIQUE DE OLIVEIRA MACHADO, LILIAN HIROMI TOMONARI YAMASAKI, LUCAS GABRIEL LEITE FERNANDEZ POLLITO, ENOS RICARDO BRETAS ARNEIRO, FABIANE CHAVES CANÇADO, SILVIO LUIZ RAMOS GARCEZ