Dados do Trabalho
Título
ABORDAGEM COOPERATIVA PARA GESTAO DE DESASTRES
Introdução
No ano de 2022, na BR-163, entre os municípios de Sorriso e Sinop-MT, um ônibus que transportava 45 pessoas colidiu com uma carreta de soja, resultando em múltiplas vítimas, sendo oito fatais. Diante desse cenário, uma equipe de seis papiloscopistas da Coordenadoria Regional da POLITEC de Sinop-MT foi convocada para compor a força tarefa de coordenação do desastre.
Objetivos
Demonstrar a importância do trabalho dos papiloscopistas, além dos desafios e soluções encontradas para a
identificação de cadáveres em desastre envolvendo múltiplas vítimas.
Parte experimental
Protocolo adaptado do guia DVI da INTERPOL [1] com a realização do trabalho em etapas, efetuadas por equipes distintas, compostas por dois papiloscopistas cada: 1) Equipe post mortem (PM): realizou a coleta de impressões
digitais em formulário próprio; 2) Equipe ante-mortem (AM): realizou a busca de informações, pesquisa e requisição dos prontuários civis das vítimas para o confronto com os dados da PM; 3) Equipe de confronto: realizou a avaliação e
comparação das informações AM e PM para confirmação das identidades e liberação de corpos.
Resultados e Discussões
Todos os cadáveres admitidos no IML foram enumerados, registrados e tiveram suas impressões digitais coletadas pelo método de entintamento pela equipe PM. Outra dificuldade enfrentada foi a informação do óbito de um colega de trabalho que se deslocava para o plantão, ocorrido no acidente. Segundo o guia [1], o estresse psicológico no atendimento a eventos de desastre merece ações estratégicas psicossociais em todas as fases de trabalho. Com os dados AM e PM disponíveis, a equipe de confronto realizou a análise e comparação, concluindo pela identificação positiva de todas as vítimas em menos de 24 horas. Com isso, expediu-se o laudo de identificação necropapiloscópica, documento essencial para a emissão do atestado de óbito e liberação do corpo para sepultamento.
Conclusões
Apesar das dificuldades, a ação proativa da equipe de papiloscopistas, mostrou-se essencial para a resposta rápida e eficiente na identificação post mortem em um cenário de desastre com múltiplas vítimas. Pretende-se, futuramente, metodizar o protocolo, detalhando as atividades inerentes a cada etapa e propor ações de aprimoramento contínuo na área com vistas ao cumprimento da estrutura padrão de trabalho (coordenação de fases e equipes de especialistas).
Referências e agradecimentos
[1] INTERPOL. Disaster Victim Identification Guide, 2018. Disponível em: https://www.interpol.int/How-we- work/Forensics/Dis aster-Victim-Identification-DVI. Acesso em: 10 abr. 2023.
Palavras Chave
DVI; PAPILOSCOPIA; DESASTRES EM MASSA
Arquivos
Área
Perícias Externas
Instituições
Perícia Oficial e Identificação Técnica - POLITEC - Mato Grosso - Brasil
Autores
MICHEL SILVEIRA BRAGATTO, ANDRÉ LOPES RUIZ TALHARI, LAIS ALVES LAGE, SIMONE MARIANA DELGADO, ISABELA MENDES PACHECO NARITA , LUDMILA ALEM