Interforensics 2023

Dados do Trabalho


Título

VARIAÇAO DO Δ13C E Δ15N EM MULTIPLOS TECIDOS DE AVES SILVESTRES BRASILEIRAS

Introdução

A análise de isótopos estáveis tem se mostrado uma importante metodologia no campo das ciências forenses devido a sua capacidade em determinar a proveniência de vários organismos. Parte de sua aplicação se concentra em inferir a proveniência de animais apreendidos no comercio ilegal, e diferir se são oriundos de vida livre ou cativeiro. Em particular, os isótopos estáveis de carbono e nitrogênio são aplicados em estudos forenses por se basear na interpretação de como a razão isotópica da dieta está refletida nos tecidos. No entanto, pouco se sabe sobre a discriminação isotópica entre os tecidos com distintos tempos de renovação em um mesmo indivíduo.

Objetivos

Avaliar as variações das razões isotópicas de carbono e nitrogênio entre diferentes tecidos de aves silvestres brasileiras.

Parte experimental

Amostras de pena da asa (P1) e sangue do canário-rasteiro, Sicalis citrina (N=58) e de pena da asa (P10), cauda (R2) e sangue do canário-da-terra, Sicalis flaveola (N=60), foram coletados no Brasil Central. As amostras foram analisadas quanto à razão isotópica de carbono (δ13C) e de nitrogênio (δ15N) no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP).

Resultados e Discussões

Os valores médios de δ13C e δ15N no sangue do S. citrina foram -12.8‰ e 3.1‰, enquanto para o S. flaveola foram de -11.8‰ e 5.7‰, respectivamente. Para as amostras de pena, o δ13C e δ15N referente a P1 do S. citrina foram de -10.2‰ e 3.6‰, e para o S. flaveola os valores foram similares (P10= -11.3‰ e 6.8‰; R2= -11.0‰ e 6.8‰). Houve uma maior discriminação isotópica entre sangue e P1 quanto ao δ13C (2.6‰) em comparação ao δ15N (0.49‰) para o S. citrina. Para o S. flaveola, uma baixa discriminação do sangue em relação as penas foram observadas quanto ao δ13C (P10= 0.6‰; R2= 0.9‰) e ao δ15N (P10= 1.01‰; R2= 1.1‰).

Conclusões

O acesso consistente da dieta em termos da razão isotópica do carbono e nitrogênio parece refletir uma menor discriminação entre tecidos com diferentes períodos de renovação. Isso sugere que valores isotópicos similares entre múltiplos tecidos podem ser úteis no âmbito forense em estudos de proveniência de animais de vida livre ou cativeiro.

Referências e agradecimentos

CNPq (Processo 406478/2021-0) e ao edital Pro-Forense/2014 (Processo 23038.006832/2014-11) financiam o presente estudo. A CAPES condedeu bolsa concedida ao ES (Nº 88887.667541/2022-00).

Palavras Chave

discriminação isotópica, Isótopos estáveis, pena, sangue.

Arquivos

Área

Isótopos Forenses

Autores

EMANUEL MESSIAS LIMA DA SILVA, MARIANA DE-CARVALHO, FÁBIO JOSÉ VIANA COSTA, GABRIELA BIELEFELD NARDOTO